Eleições 2018 Por: Redação Rede Piauí Repórter 18 Out 2018 18:30 Rede Piauí de Notícias

Bolsonaro pode ser cassado por compra de disparos no Whatsapp, dizem juristas

Folha diz que empresários pagaram por disparos de mensagens contra o PT nas redes sociais.


A Folha de S. Paulo divulgou nesta quinta-feira (18) que empresas privadas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada. 

Leia mais: Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp; prática é ilegal


De acordo com especialistas em direito eleitoral, há a possibilidade de impugnação da candidatura de Jair Bolsonaro, caso ele seja eleito. A análise considera um cenário após as eleições devido ao tempo que um processo deste tipo costuma levar.

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 Bolsonaro pode ficar de fora da eleição.

Segundo os juristas, as encomendas de mensagens seriam doações não contabilizadas, o que se assemelha ao caixa 2 de campanha, e são feitas por empresas, o que é proibido pelo Supremo Tribunal Federal desde 2015.

Na hipótese de uma cassação de mandato, as eleições seriam anuladas e deveria ser feito novo pleito, observa a vice-presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, Gabriella Rollemberg.

Segundo Guilherme de Salles Gonçalves, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e fundador do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral, mesmo que o candidato alegue que não sabia, participou ou concordou com o envio em massa de mensagens, a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral avalia o benefício à candidatura.

Haddad quer Ciro no 2º turno

O candidato do PT, Fernando Haddad, afirmou que caso as suspeitas sejam comprovadas, o correto seria Ciro Gomes (PDT), que ficou em terceiro lugar no 1º turno das eleições presidenciais, concorrer contra Haddad no 2º turno.

“É o que a legislação prevê, porque ele [Jair Bolsonaro, do PSL] tentou fraudar a eleição, felizmente não deu primeiro turno. Se desse, isso tudo ia pra baixo do tapete”.

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Candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad. (Foto: Estadão Conteúdo) 

Haddad indicou que tem conhecimento sobre um dos empresários, a empresa contratada e os valores negociados.

"Nós vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios. Alguns que estão nos chegando agora de reuniões que ele [Bolsonaro], de viva-voz, pediu apoio via WhatApp. Ou seja, ele próprio, em jantares com empresários, fez o pedido para que a doação fosse feita dessa maneira, de forma ilegal", disse.

Com informações de Folha de S. Paulo, Uol e Agência Brasil.




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