Brasil Por: Redação Rede Piauí Repórter 21 Set 2018 14:12 Rede Piauí de Notícias

Torcidas do Grêmio, Santos e Corinthians emitem nota contra Jair Bolsonaro

Em Teresina, um grupo de mulheres se organiza para uma manifestação nacional que ocorrerá no dia 29 de setembro.


Diversos públicos e entidades já emitiram notas e estão organizando manifestações contrárias ao candidato à presidência da República. Em Teresina, um grupo de mulheres se organiza para uma manifestação nacional que ocorrerá no dia 29 de setembro, mobilizada por um grupo que já reúne mais de 2 milhões de mulheres contra Bolsonaro. 

Na tarde da última quinta-feira (20), as torcidas dos times brasileiros Santos, Grêmio e Corinthians também se pocionaram politicamente contra o candidato Jair Bolsonaro.

Jair BolsonaroTorcidas do Grêmio, Santos e Corinthians emitem nota contra Jair Bolsonaro (Foto: Dida Sampaio - Estadão).

Confira notas: 

MANIFESTO TORCIDA JOVEM DO SANTOS 

A Torcida Jovem do Santos, ao longo dos seus 49 anos, construiu uma história marcante na luta pela democracia e contra a opressão que sempre tentou calar a voz da arquibancada. Uma luta que começou no final dos anos 60 enfrentando a ditadura militar e que se estende até hoje contra os mecanismos que almejam destruir o futebol popular e a nossa liberdade.

Nossa torcida é composta pela classe trabalhadora, por pessoas de diferentes etnias, crenças e demais individualidades que se unem como povo. Em função disso, e pelo nosso compromisso com a liberdade, nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. Não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor.
Essa plataforma política é nociva para a evolução da sociedade e vai contra os ideais defendidos pela Torcida Jovem do Santos, que foram construídos com muito suor.

Respeitamos as escolhas pessoais de cada Tejota e não defendemos nomes específicos no atual panorama político, mas reforçamos a origem da nossa Torcida deixando claro que as pautas apresentadas pelo candidato Bolsonaro - e demais candidatos com o mesmo alinhamento ideológico - são incompatíveis com as raízes da Torcida Jovem e não representam os interesses coletivos que sempre buscamos ao lado do povo e da massa santista. Nosso repúdio a essa pauta extremista não apaga o olhar crítico que temos em relação ao cenário político em geral, tomando como referência a nossa postura histórica de combate aos retrocessos sociais.
A opressão jamais irá vencer a nossa luta por liberdade dentro e fora dos estádios!

TORCIDA JOVEM
Com o Santos onde e como Ele estiver...

NOTA OFICIAL - POSIÇÃO DOS GAVIÕES DA FIEL SOBRE CANDIDATO ANTIDEMOCRÁTICO

Foi misturando política e torcida que, em 1969, alguns jovens Corinthianos fundaram o que viria se tornar a maior torcida organizada do país, os Gaviões da Fiel. Em uma época marcada pela fortíssima repressão da Ditadura Militar, aqueles torcedores decidiram se unir para lutar contra Wadih Helu, então presidente do Corinthians e também político do regime.

Ao declararem a contrariedade ao regime que impedia toda e qualquer liberdade de expressão, os primeiros jovens Gaviões foram perseguidos e, por vezes, espancados pelos capangas do cartola e político. 

Paralela à batalha em prol do Corinthians, ilustrada pelo conhecido primeiro enterro simbólico de um dirigente no país, também estava a luta pela redemocratização do Brasil. A abertura de faixas na arquibancada exigindo o direito da sociedade escolher o presidente, bem como anistia ampla, geral e irrestrita aos exilados políticos da época, faz parte do conjunto de fatos marcantes dos 49 anos dos Gaviões da Fiel.

Por este e outros motivos, é importante deixar claro a incoerência que há em um Gavião apoiar um candidato que, não apenas é favorável à Ditadura Militar pelo qual nascemos nos opondo, mas ainda elogia e homenageia publicamente torturadores que facilmente poderiam ter sido os algozes de nossos fundadores.

Hoje, com mais de 112 mil associados, entendemos existirem diferentes formas de pensar e posicionar-se numa sociedade democrática. Respeitamos essa pluralidade de ideias, pois ela é a essência da democracia pelo qual nossos fundadores lutaram. Não podemos, portanto, concordar jamais com quem se posiciona justamente contrário aos valores básicos do Estado Democrático de Direito.

Não se trata de exigir que nossos associados se posicionem obrigatoriamente à esquerda ou direita, mas em um momento conturbado de nossa política, pedimos para que nossos associados olhem para nosso passado e entendam tudo o que hoje fomenta nossa ideologia.

Afinal, foi contra todo ditador que no Timão quiser mandar que os Gaviões nasceram pra poder reivindicar.

// Gaviões da Fiel Torcida - Força Independente \ 

*Nota aprovada pelo Conselho Deliberativo dos Gaviões da Fiel

                           

Democracia Gremista: #EleNão #EleNunca

Nós da DEMOCRACIA GREMISTA nascemos da luta para democratizar o GRÊMIO, o futebol e a sociedade. Somos mulheres e homens, em essência, azuis, pretos e brancos, mas também somos de todas cores do arco-íris! 
Como gremistas temos orgulho das nossas façanhas, dos títulos, da raça charrua, da entrega, da vontade em campo, da instituição e da sua torcida. Temos orgulho de ter um hino composto por um dos maiores poetas da música popular brasileira, negro! Temos orgulho da estrela em nossa bandeira representar um tricampeão do mundo que prematuramente nos deixou, negro!

Também temos orgulho da luta dos povos contra a discriminação e o fascismo! Somos frutos desta luta, ferro forjado nesta resistência, desta luta dos gremistas e não gremistas! Somos inimigos do fascismo e nazismo. Nunca esqueceremos de gestos históricos como a Partida da Morte do Dynamo de Kiev, que derrotou o time do exército nazista (leia aqui sobre a partida https://goo.gl/fJEfKH).

Temos orgulho e resistimos juntos com nossas torcedoras, mulheres que ainda são vítimas de machismo e misoginia nos estádios e arenas de futebol. Resistimos juntos, com elas e com todos que, mesmo em 2018, ainda são vítimas da homofobia e racismo e que convivem com cânticos discriminatórios de muitas torcidas (inclusive da nossa!), apesar da linda experiência histórica que tivemos com a COLIGAY.

Como não poderia ser diferente, entendemos o futebol como reflexo da sociedade: se lutamos para democratizar o Grêmio, também lutamos por uma sociedade democrática: livre de tudo aquilo que condenamos. Neste sentido não poderíamos nos calar! Neste processo eleitoral temos lado, que é da defesa da democracia!

Para o Brasil não mergulhar no mar do atraso:

Não admitimos candidato fascista!

Não admitimos candidato racista!

Não admitimos candidato misógino!

Não admitimos candidato machista!

Não admitimos candidato homofóbico!

Não admitimos candidato xenófobo!

#EleNão #EleNunca




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